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Após denúncias em redes sociais, Assembleia Legislativa faz diligência na maternidade

Segundo o Presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier, a situação é inadmissível.

Após várias denúncias publicadas em redes sociais nesse fim de semana, onde servidores e pacientes do Hospital Materno Nossa Senhora de Nazaré reclamavam da qualidade e demora em servir a alimentação, a Assembleia Legislativa de Roraima, Ministério Público do Estado, Defensoria Pública do Estado e Ministério Público de Contas, realizaram uma diligência surpresa na unidade de saúde, no início da tarde desta segunda-feira, 15.

Participaram o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier (SD), e mais os deputados George Melo (PSDC) e Naldo da Loteria (PSB); a promotora de Saúde do Ministério Público Estadual (MPE), Jeanne Sampaio; procurador do Ministério Público de Contas (MPC), Paulo Sérgio Oliveira; a defensora de Saúde da Fazenda Pública, Teresinha Lopes.

Denúncias como a qualidade da alimentação, a demora em servirem a refeição, falta de limpeza, falta de medicamentos, entre outras, foram apresentadas tanto por pacientes como por servidores efetivos. Anne Carolyne Marques Lopes, 24 anos, disse que deu entrada na unidade de saúde na última segunda-feira, 8, porque teve um aborto espontâneo. “Estou com uma semana aqui, quero ir pra minha casa, mas preciso receber alta. Não consigo mais comer todos os dias essas marmitas com carne dura de frango; macarrão sem tempero; arroz branco. De uns dias pra cá o horário para servir o almoço mudou. Ontem [domingo] chegou depois das três horas da tarde e só almocei porque peço meu marido pra trazer para mim. Mas quem não tem família aqui, o jeito é comer o que tem”.

O técnico em radiologia Márcio Frank de Barbosa, servidor efetivo que trabalha há 21 anos no HMI, afirmou que a qualidade da alimentação é péssima. “Todos os dias é servido frango e a alimentação chega 12h, 13h30. Hoje serviram também hambúrguer para os pacientes, mas nem todo mundo pode comer. Se for de carne de porco, tem mãezinhas que não podem comer. O suco é aquele de pacote, que tem alto teor de açúcar e quem tem diabetes com certeza a glicose vai lá pra cima. Tem mãezinhas que vão comer nossa refeição, porque não aguentam mais o que é servido para elas”, relatou.

O servidor afirmou ainda que trabalha há duas décadas no HMI, mas nunca tinha comido uma alimentação tão ruim como a que está sendo servida atualmente. “Estou aqui relatando essa situação não só por mim, mas por todos os colegas que trabalham na área de saúde, comendo essa alimentação de péssima qualidade. Queremos a melhoria da nossa alimentação e acredito que as autoridades intercedendo por nós e pelos pacientes haverá melhorias”, ressaltou o técnico em radiologia.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (SD), disse que é lamentável essa situação pela qual passam os servidores e os pacientes do HMI. “É inadmissível. É algo insatisfatório para a população que clama por melhorias. Mas vamos combater dentro da lei, porque as instituições jurídicas devem tomar conhecimento e cobrarem medidas necessárias para que isso não se repita”, comentou.

A promotora de Saúde do MPE, Jeanne Sampaio, disse que a reunião, após a diligência, foi produtiva porque foram ouvidos servidores, pacientes, além de gestores e representantes das empresas que apontaram onde podem melhorar. “Até porque o serviço é de responsabilidade deles. E tem que resolver logo, não tem prazo para isso, a melhoria do serviço tem que ser de imediato”, afirmou.

O secretário estadual de Saúde, César Penna, que foi informado sobre a diligência e chegou a acompanhar parte e a participar da reunião no final, afirmou que a qualidade da alimentação realmente vem deixando a desejar há muito tempo. “A Sesau vem tomando providência no que tange a administração pública. Nós notificamos a empresa, aplicamos penalidades, abrimos um novo edital seguindo as recomendações do TCE [Tribunal de Contas do Estado], montamos o edital, publicamos e o pregão eletrônico será realizado nessa sexta-feira”, assegurou, afirmando que não tem como não reconhecer que precisa melhorar.

Ele disse ainda que a empresa atua há 22 meses, mas as reclamações surgiram de uns 60 dias pra cá. “Independente do encerramento do prazo do contrato com a empresa, o mesmo será rescindido, e essa empresa não concorrerá porque já foi inviabilizada administrativamente”, afirmou Penna.

Por Edilson Rodrigues

SupCom/ALE-RR

 

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